Rascunho de apresentação do blog de comentários sobre livros infantis



Nada mais justo

Adoro literatura infantil - aliás, adoro de um tudo que envolva a petit cultura: brinquedos, jogos, músicas. Ontem ganhei de uma amiga minha um pacote de jujubas que acendem no escuro. Sensacional! Talvez essa paixão se explique por uma busca a que me entrego todos os dias. Quero a alegria, a felicidade, o riso.

Reencontro nas infâncias que não tive essa alegria genuína, autêntica.

Os livros infantis simplesmente me encantam. Tão simples e, muitas vezes, tão profundos. Acabo usando esse fascínio para comprar muito do que encontro pela frente.

Decidi, então comentar alguns deles e dividir opiniões sobre títulos que servem aos pequenos e - por que não? - aos mais idosos que sorriem por dentro cada vez que vêem bolhas de sabão pelo ar, um cachorro babando num dia ensolarado, se lambuzam de sorvete de chocolate.



Nada mais justo2
Fiquei pensando em qual seria o primeiro livro que eu comentaria. São tantas as minhas paixões, tantos autores... Ziraldo, Dr. Seuss, Ruth Rocha...

Resolvi simplificar. Decidi comentar o primeiro livro de que me lembro capaz de ler sozinha. Eu devia ter entre seis e sete anos. "Arco-íris, cavalo de ninguém", de Lucília Junqueira de Almeida Prado.

Não tenho mais o livro. Mas me lembro do menino para quem o velho cavalo todo machucado ganhava asas. Juntos, eles passeavam pelas estrelas. Na manhã seguinte, ao ver o velho alazão ainda cheio de feridas, o menino sussurra algo como: "pode deixar, ninguém saberá do nosso segredo".

Para mim, ficou marcado o pacto entre o menino e sua imaginação. Esse pacto que fazemos cada vez que nos entregamos à ficção. A partir daquele dia, os livros se tornaram meus aliados, meus amigos, meus conselheiros. Li menos que devia. Escolhi títulos ruins. Poucos clássicos compõem minha "bibliografia".

Ao pensar em comentar esse livro, fiquei matutando um tanto sobre a nossa formação como leitores. Dizem que é preciso ter um ambiente estimulante. Dizem que, se os pais são leitores, os peixinhos provavelmente o serão. Nenhuma das alternativas se aplica ao meu caso. Por isso sou tão inconstante nas minhas leituras?

PS: Lucília, o nome da autora do meu primeiro livro, é também o nome da figura mais importante da minha vida escolar. Thanks, tia Lu.
PS2: Peguei a foto emprestada no Flickr de Edu Hana

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