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Mostrando postagens de julho, 2011

domingo nublado

Lavava louça. Cozinha, banheiros e sala estavam minimamente arrumados. É. Algo tinha que estar no lugar. Pessimismos e esperanças estavam num ir e vir frenético em sua alma. Estava quase sonza (sonsa + zonza?). Queria entregar a vida nas mãos do aleatório, mas havia contornos demais para cobrir, compromissos dos quais não havia como se desvencilhar. Respirou fundo mais uma vez. E foi preparar o almoço.

Fraternidade

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Quando a gente menos espera é presenteado por uma cena como esta: Nika e Juco se engalfinhando na cama, como dois amados irmãos. PS: ó o que eu achei biscando "pillow fight": uma ilustra " Human Pillow Fight ", do site " Make My Mood "

Não fode com as minhas caixinhas, porra!

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Ela era boa nisso. Criava seu próprio caos brincando com classificações a sua moda. Nada de aprisionar pessoas e coisas e situações em escaninhos pré-fabricados. Moderna, gostava de fazer as caixinhas sob medida, artesanalmente. Até que ele chegou. Não era marido, não era amante, nem amigo, nem namorado. E era tudo isso ao mesmo tempo. PS: quem me dera ser cientista e poder entender e criar de maneira explicável (ah, essa mania de explicação ) a minha grade classificatória. Aliás, foi buscando u´a imagem sobre grade classificatória que encontrei um texto, uma etnografia de banheiro . Interessante o paper, mas morri de curiosidade de ler algumas das frases que a moça Ludmila Helena Rodrigues dos Santos analisou. PS2: Nada melhor que o Tangran para ilustrar esse momento em que as mesmas peças parecem trazer as mais diversas possibilidades.

Cansaço

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Relativity, do Escher Deitou na cama e sentiu as costas. Doía. Por que estava fazendo tudo aquilo? Quando o turbilhão de questionamentos ameaçava entupir sua mente, respirou fundo. Estava fazendo tudo aquilo porque queria, apesar de não saber onde queria chegar. Pronto. Esticou os braços, criou coragem e voltou para a arrumação. PS: mais uma vez, as buscas aleatoriamente usadas me trouxeram u´a imagem que me ajuda a entender/descrever o momento. No caso, as escadas de Escher - Relativity , que encontrei pela wikipedia.

Sem sal

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Batom cor de boca. Mais uma vez. Olhava para o espelho e não sabia se gostava do que via refletido. Os anos haviam passado para ela. A pele perdera o viço de 20 anos atrás. Prendeu o cabelo -- preto e que ganhava fios brancos a cada dia -- num caprichoso rabo de cavalo, ajeitou os brincos, conferiu a roupa de ginástica. Passou pelo quarto dos gêmeos, antes de dar um beijo no marido e avisar: "vou correr, o café está na mesa". Saiu do prédio na avenida Higienópolis dando bom dia ao porteiro que respondeu com um aceno de cabeça e seu sorriso discreto. A avenida cheia de árvores sempre lhe dava uma sensação de amplitude, de espaço, algo tão escasso na selva de pedra que escolhera como lar quando se casara há dez anos. Seguiu até a Angélica, observando a família ortodoxa que passava provavelmente em direção à sinagoga. Ainda era cedo. Só com uma boa dose de fé para enfrentar o frio naquele domingo. E ela? Tinha fé em que àquela altura da vida? Em vez de subir em direção

Arquivo morto

a letra é inconfundível. o nome dela fora escrito por ele. um envelope. sempre os envelopes . tive medo de abrir -- era uma foto da Ana. e cinquenta reais. foi assim a vida toda, né? cuidado nas pequenas coisas, pequenas demonstrações de amor. não havia grandes gestos (só brigas sem tamanho). não havia declarações rasgadas. conforme fui crescendo, passei a evitar os carinhos, os abraços e os beijos. não entendi nada. só agora, depois de tanto tempo, percebi o quanto eu fui amada. pena que você não esteja aqui, pai, para eu te contar sobre os meus arrependimentos para não ouvir os seus conselhos para dizer algo que não me lembro de ter dito nun-ca pai, eu te amo

Postura

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Bailarina na barra, de Botero Na vida ter postura é fundamental. Tanto quanto as escolhas que a gente faz, a maneira como as conduzimos diz muito sobre nós [permitam-me esse vai e vem da 3ª do singular para a 1ª do plural...]. Acho que a noção de integridade -- ser inteiro, ser um só - é isso. Para mim, a melhor palavra é coerência. Fazer o que se professa, falar o que se sente. Ter a mesma conduta moral dentro e fora do templo religioso, manter as opiniões mesmo diante de uma situação de conflito, fazer inimizades (e amigos!) ao cumprir o que foi acordado. Ontem, um café com Renato. Um jantar com Luciana. Hoje, uma msnada com Zi. As conversas se conversam. É hora de começar a olhar para os lados e -- por coerência -- mudar. PS: ao caçar postura como imagem cheguei a ela, essa moça que se equilibra elegantemente em um dos pés. A obra é de Fernando Botero , conhecido por pintar personas rechonchudas. A imagem eu pesquei no blog espelho dos sentidos - endereço que coloquei no

uma fofura por dia

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Good nigth, sweetie Achei esse moço Lim Heng Swee (de Kuala Lumpur !) numa busca por imagens do meu sempre querido Google Images -- cheguei ao blog Fake-Doll . De lá, voei para o site dele, que vale a pena conferir. Legal a proposta de uma ilustra (fofura) por dia: Doodle Everyday Project .
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Apertou o buquê de dálias e atravessou a rua. Estava alegre, quase feliz. Não era pelo encontro. Mas, por algum motivo, sentia-se linda, plena e dona do seu destino. Finalmente.

Paixão de férias

"Pecado é não amar. Pecado maior é não amar até ao fim do amor. Não me arrependo de nada, tino, meu seripipi. Repousa em paz" - josé eduardo agualusa in "As mulheres do meu pai"