Educação e as pulseiras do sexo



Ruim quando a gente percebe que o buraco é mais embaixo. Bem mais embaixo.

A gente abre o jornal e precisa ler uma especialista dizer que os estupros "atribuídos" ao uso das tais "pulseiras do sexo", não têm nada a ver com as pulseirinhas coloridas. Saiu na Folha de S. Paulo (
Pulseira é desculpa para crime, diz psicóloga).

Dá um certo desânimo, não? Uma certa tristeza perceber que tudo não passa de desrespeito à mulher. Maria Claudia Lordello, a entrevistada na matéria da Folha, diz claramente que as pulseiras não devem ser proibidas. Minha gente, não é um mote para conversas sobre o sexo como brincadeira (sim, falar do lado lúdico do sexo)? Não é um bom motivo para tentar compreender como os filhos encaram essas brincadeiras?

O
prefeito de Navegantes (SC) proibiu as pulseiras nas escolas. Em Londrina, as tais também foram proibidas aos menores de 18. Hoje vi que uma cidade do interior do Mato Grosso também está encaminhando um projeto de lei que proíbe o uso das pulseiras do sexo nas escolas municipais. Será essa a saída?O que pais e professores podem fazer em relação à pulseira do sexo? Em um grupo de discussão do UOL Educação, internautas discutem o assunto. Fiquei espantada com a quantidade de pessoas que são favoráreis à proibição da fabricação e do uso dessas pulseiras. Se em um ambiente supostamente mais qualificado, as opiniões são reacionárias a esse ponto, fico com medo do que pensa o brasileiro médio.

Sondei uma garotinha de 12 anos sobre o significado das pulseiras. Cautelosa, ela me disse: "mãe, eu sou uma criança!". No entanto, ela parou de usar as pulseirinhas que começava a colecionar. O medo venceu a esperança?

(imagem do blog
IvoneTirinhas)

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