Tristeza de mil faces

Acordei com a luz do dia. Não quando o sol nasceu. Não sei ao certo que horas foi isso. Uma nuvenzinha de lágrimas já se aproximava -- virei para o canto, aproveitei mais um pouco o efeito da passiflora e dormi até 9h30, quando o celular tocou o alarme de despertador. A nuvenzinha estava tomando forma. Virei pro outro lado, até que apitou mensagem nova. No celular.

Não era quem eu queria. Mas era alguém amado. Melhor que há dois segundos atrás -- uma oferta de serviços.

Conversei quase uma hora. Percebi que estava triste. E fui ficando mais e mais.

Lembrei que (amei - ato falho?) li O Primo Basílio e Madame Bovary, no período da primeira e da segunda gravidez. Sempre me perguntei por que escolhi esses livros, duas histórias da falência do casamento burguês. Duas mulheres atormentadas pela traição aos costumes e aos compromissos, por terem sido fieis ao seu desejo, ao seu impulso de alegria, de vida e de desejo.

Acordei tomada da tristeza de algumas lembranças, entre elas, de por que eu nunca me envolvi com ele. O ele dessa vez. Que é uma história que trago há alguns anos. Eu não tentava porque não conseguia ficar por perto e observar a auto-destruição em curso. Narrada, em pílulas, nos encontros ocasionais.

E agora, José? (intertítulo)

Fiz um rápido intervalo na escrita. Reli mensagens. Sempre acho que perdi algum detalhe. Que EU mixed up. Adoro esses lampejos, que aparecem enquanto a gente vai deixando pensamentos e sentimentos decantar.

Não é mais tempo de recuar. É o recado que percebi do aleatório, eu acho.

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